quarta-feira, 30 de março de 2011

Chicoteando o ar

Chicoteando o ar



Quem não espia os teus passos exibicionistas?
O quão belos devem ser teus espelhos mentirosos,
rufando em teus fedorentos desejos narcisistas
alimentados por cédulas e paus misteriosos.


Quem não te ama no instante de tua passada
pelas jaulas, leitos e chiqueiros alcoolizados?
"Uuuui, cachorra escrota. Ahhh, cadela desgraçada.
Adoraria te amar só para ouvir teus estalados!”



E assim, teus cruéis espelhos continuam omitindo
à propósito de teus belos êxitos extracurriculares,
dos dourados vazios que te vão introduzindo
à cada química plástica em silêncios particulares.



A noite sempre espera por teu batom cheiroso
com a pesada maquiagem que derrete em agonia
pela espera de um especial condutor seboso
que te amará hoje para te esquecer noutro dia.












4 comentários:

  1. Égua do soneto asqueroso. Duvido que você se supere desse aí. Tu tens inspiração Shakespeareana, porém com espírito sadecaniano.

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  2. Esse é sem dúvida alguma um dos textos mais bem escritos que já li, daqueles que se perde o ar antes de chegar ao fim. Muito bom, chega a ser brilhante. Seguindo aqui para acompanhar sempre.

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  3. Me lembrou muito as minhas peripécias sexuais rs!

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