terça-feira, 5 de abril de 2011

Sono duplicado

Sono duplicado

Por onde anda esse teu sono delicado,
longínquo ante meu torto orgulho?
substância reduzida à vil entulho
que se amontoa no delírio consumado.

Destilados perfumes vêem coroar
uma meia-luz azedo-amarelada
que banha minha força despertada,
opressora do meu querer despertar.

Não seria teu sono, assim, duplicado
em tamanha essência, que o meu é roubado?
Meu preço é o romper d'um limite destruído,

minha cama, um concílio destituído
do consenso de dormir meu sono roubado
pela vontade do teu sono, assim, duplicado.





2 comentários:

  1. Meu nobre..por acaso levaste algum toco(interrogação)

    ResponderExcluir
  2. Não, meu pobre... você só não entendeu o relato. Mas, destá. Esse soneto escrevi a muito tempo. Sou só eu comunicando-me, telepaticamente, com minha garota que dormia enquanto eu me embriagava.

    ResponderExcluir