segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fogos de artifício

Fogos de artifício


O sonho que tive? Hum... Tem lá sua beleza ímpar em meus sentidos. Mas, tudo bem, irei contá-lo, seus cretinos. Eu voava em minha moto cujos peneis eram de couro espesso recheados de carne dura e viva. Dobrei a esquina da Praça União e avistei todos sentados ao lado  de uma macieira que pingava maçãs no tira-gosto da mesa dos meus. Desci da moto e sentei ao lado da pistoleira Vivi. Keninha amaldiçoava Helton por querer partir. Bebemos uma cerveja amarga que parecia energia ao correr em nossas gargantas.
Rairon, o que foi moldado com uma marreta rústica, Explicava a reação de uma menina ao comer sua farofa de frango que estava guardada em sua mochila havia quatro dias. Luís chegou logo depois de Machado, o defensor. Pediram uma dose de urina do demônio para amaciar o motor estomacal. Cabecinha retornou para o inferno de onde saíra, o recém casal de amigos amantes foi para o país dos espelhos, o templo do Pêxe Pôde se fechou e todos nós fomos para a inauguração de um underground recito.
Ao chegarmos, pudemos avistar enormes águias reais estacionadas. Eram brancas de cabeças e pescoços negros. Estavam amarradas e seladas em fila. Esperavam seus donos que se embriagavam lá dentro. Lá dentro! Entramos e o bar era uma comprida rodovia letal de asfalto quente. A rodovia cortava todo o estado do Arizona indo morrer em um palco onde um Chacal tuberculoso vomitava J Quest. Sentamos na beira da pista e garçonetes com patins de quatro rodas nos veio servir cerveja com suas bandeiras norte americanas estampadas no ombro esquerdo.
Não estávamos à vontade ali. Nossa casa não era ali. Tivemos a idéia de acionar, através do velho código de Morse, meu soldado Acriano Josafá El Chancho. Não demoro, ele disse tossido. Levo o quê para vocês?, ele perguntou calmamente. Traga apenas um bimotor. Só isso já basta. Traga o Boeing 66. A ocasião requer algo mais especial, interviu, Luís com olhos brilhantes. O Boeing 66? Isso vai ser lindo, então. Em 20min estarei pousando.
20min foi o tempo de tomarmos mais duas cervejas, fumarmos um cigarro e entrarmos no carro. Pra onde iremos?, perguntou Natália. Para o Flutuante Mestre Rosa, na Beira Rio, respondi com o dedo no nariz. El Chancho, o meu soldado acriano, pousou seu enorme avião de cabeça na rota que corta o Arizona. O impacto pegou um depósito de botijões de gás que pegou os tanques de nitrogênio da calçada do Socorrão. A explosão foi tamanha que metade do centro da cidade foi para os ares.
Nós contemplamos tudo no para-peito da parte de cima da proa do Mestre Rosa. Natália apertou minha mão ao notar um filete de lágrima que escorria em minha face. Ela não ousou enxugá-lo. Ela sabia que eu estava feliz. Ela achou belo o reflexo do fogo que ardia em minha lágrima. Ouvíamos música enquanto contemplávamos as chamas queimando a cidade. Ouvíamos Wagner. Ouvíamos A Cavalgada das Valquirias.

2 comentários:

  1. Lapada no Francis Ford Coppola. Vi agora como estão as coisas, com o seu sonho de 11 de setembro, um Lewis Carrol disfarçado dizendo coisas. Fica frio, meu irmão, esta percussão há de ter contratempo. Nem todo crescendo tem notas dissonantes.

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